terça-feira, 22 de setembro de 2015

O Linchamento progressivo dos Ginásios


Em 2008  Portugal tinha 1400 ginásios(legalizados) e a "empresa" do fitness valia em Portugal mais de 300 milhões de euros, o iva estava nos 6% os ginásios eram e bem, proclamados de centros de saúde e bem estar, de repente o Iva disparou e o resto está á vista...o descalabro têm aumentado de ano para ano e o fim está à vista, é hoje cada vez mais difícil sobreviver neste sector a Agap (Associação de ginásios e Academias de Portugal) parceira da maior parte dos ginásios  portugueses muito têm lutado, mas quem manda não vê o que realmente se passa no sector...o linchamento progressivo dos ginásios portugueses.
Em 2011, mais do mesmo...segundo o Barômetro da Agap  dos 1400 passamos para cerca de 1200 ginásios existentes em Portugal e estão em risco de fechar. 
De acordo com o documento, o mercado do Fitness esteve em quebra desde o início de 2010, e acentuou-se com a perda de 10 por cento de redução de sócios nesse ano.
No inquérito realizado em Junho desse ano só uma grande cadeia nacional registou quebras de 18 por cento na faturação e de 10 por cento em clientes no espaço de um ano; no mesmo período, um operador de um clube de Lisboa perdeu 22 por cento dos membros e mais de 30 por cento da faturação; uma cadeia de média dimensão reduziu as vendas em 50 por cento; duas grandes cadeias do sector  fecharam em conjunto 10 espaços.



A análise dos nove primeiros meses do ano, em comparação com igual período de 2011, leva a AGAP a concluir que houve uma quebra média da faturação bruta de 19%.
"Agora, 85% das instalações inquiridas confirmam viver um período negro, das quais 41% têm perdas superiores a 30% face ao ano anterior", refere a associação. Por isso, considera "fácil concluir que estas empresas estão a caminhar, trimestre após trimestre, para uma situação de insolvência ou encerramento" e estima que serão mais de 30% os ginásios associados a fechar as portas nos próximos meses, juntando-se aos 111 espaços já encerrados.
Estes exemplos, segundo a AGAP, “exigem medidas para «travar» esta queda abrupta no sector e considera «urgente» suspender o último oficio das Finanças nº 30.124, de 11/02/04, por forma a ser feita uma análise mais detalhada dos factos económicos e do seu impacto”.
No documento aponta-se que a indústria do Fitness não atingiu a maturidade em Portugal e previa-se até um aumento de 100 por cento nos próximos 10 anos (não fosse a crise que ninguém esperava) em condições favoráveis e idênticas às do resto da Europa, nomeadamente Espanha com o IVA reduzido. “Existe o risco evidente para 200 a 300 clubes em Portugal encerrarem este ano”, lê-se.
No estudo feito em 2010 afirmava-se que o sector não tinha margem para refletir os aumentos do IVA nos clientes, dada a conjuntura económica; Os principais custos mantiveram a escalada de subida (rendas, juros, água, luz e gás, entre outros); Portugal com uma das mais baixas taxas de penetração de fitness (5,6%) e das mais altas taxas de IVA da Europa; Absurda diferenciação entre pagar 6 por cento de IVA para ver um jogo de futebol e 23 por cento para uma criança aprender a nadar.



A AGAP ainda acredita que pode ter a possibilidade de contribuir para melhorar as condições económicas do País, pela diminuição dos custos com a saúde, criação de postos de trabalho e agindo na prevenção e melhoria da qualidade de vida.
Portanto como referido acima em 2008, depois em 2010, e em 2012 a história continua. E hoje em dia?
Pois bem, hoje em dia mais de metade dos ginásios têm de recorrer a empréstimos para pagar o I.V.A. e a quebra média da faturação do sector atinge 19%, o que leva a associação destas empresas a antecipar mais encerramentos e despedimentos.
A quebra na receita destas empresas resulta da dificuldade em atrair novos clientes e da perda de visitantes habituais, principalmente devido à crise económica, que leva muitos portugueses a reduzir as suas despesas.
Por outro lado, "o setor não teve margem para absorver o brutal aumento de impostos", salienta a AGAP, que defende uma taxa de IVA de 13% para todas as atividades desportivas (subiu de seis para 23%).
Apesar de em  2013 o sector ter crescido 15%,  é importante frisar que 30% dos clubes com prestação positiva na variável ‘clientes’, não atinge resultados positivos na facturação, comparativamente ao trimestre do ano anterior. Volume nem sempre é sinónimo de crescimento, conclui o estudo. 

Sinais alarmantes na facturação
Quanto á facturação bruta (IVA incluído) os sinais mantém-se alarmantes, segundo a AGAP, com 76% das respostas a apontar para uma quebra nos resultados, em média de -23%. No 1º barómetro o resultado foi 80 por cento, no 2º de 85%. Uma relativa melhoria mas pouco significativa no conjunto da realidade dos clubes que participaram, afirma o documento. 

Importa recordar que o preço médio segundo a IHRSA em Portugal é de 46 EUR, mas efetivamente desde o aumento da taxa de IVA em Março de 2011, o mercado tem vindo consecutivamente a oferecer serviços mais básicos e cartões mais económicos.
Apesar das estratégias "low cost" (baixo custo), o número de clientes caiu 17% e foram dispensados mais de 33% dos colaboradores dos ginásios até setembro."O Estado estimaria recolher cerca de 43 milhões de euros adicionais com a passagem da taxa de IVA de seis para 23% no fitness, mas com a contração da economia concluiu-se que mais de 100 mil pessoas abandonaram os ginásios desde que a taxa de IVA aumentou, levando a que este objectivo não seja alcançado", resumiu a associação.
Portanto o sector com uma pequena subida ou não,  não se mostra estável e tal como referido acima o volume não é sinónimo de crescimento.

Fonte: AGAP (Associação de Ginásios e Academias de Portugal).